embolização da próstata

FDA ADOTA TÉCNICA BRASILEIRA PARA CORRIGIR PRÓSTATA AUMENTADA

Decisão da agência americana se baseou em dados fornecidos por estudos realizados no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo

Encontrar recursos terapêuticos menos agressivos é um dos maiores desafios da medicina. Nesse campo, uma das conquistas mais atuais é o destaque mundial dado a uma técnica minimamente invasiva para tratar os sintomas associados ao inchaço da próstata, a EAP (embolização arterial da próstata). O procedimento, que foi concebido e desenvolvido pelo radiologista intervencionista Francisco Cesar Carnevale, da Universidade de São Paulo, corrige os sintomas associados ao aumento de tamanho da glândula sem necessidade de internação, com anestesia local e sem riscos de incontinência urinária ou disfunção erétil.

Recentemente, a nova técnica passou pelo crivo da rigorosa agência americana que regula medicamentos e procedimentos nos Estados Unidos, a FDA. O procedimento foi liberado após a análise dos resultados de estudos com pacientes submetidos à técnica no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo além de outros centros treinados pela própria equipe da USP. O aval veio junto com a criação de um código de reembolso para as seguradoras, em junho de 2017, o que viabiliza a cobertura pelos convênios médicos e ampliação do acesso. Os mesmos dados levaram à liberação da técnica pelas autoridades de saúde do Japão, China, Coreia do Sul e nos países que obedecem às regras da European Medicines Agency (EMA).

TÉCNICA CRIADA POR MÉDICO BRASILEIRO

Em todos esses lugares, o método é uma opção de primeira linha para reverter o inchaço da próstata e suas consequências. No Brasil, onde foi aprovado em julho de 2016, a EAP ainda é vista como alternativa aos tratamentos convencionais, como os medicamentos, a ablação a laser e a RTU (ressecção transuretral da próstata), que é a terapia padrão ouro de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia. O argumento central é que faltam dados sobre o desempenho a longo prazo.

Novos estudos confirmam alguns benefícios da EAP. Publicado no ano passado, um trabalho conduzido por pesquisadores ligados à USP que comparou os resultados da EAP e da RTU concluiu que o novo procedimento oferece menos efeitos colaterais e, quando estes ocorrem, são mais brandos. A ressecção transuretral, bastante eficiente, é também mais invasiva. Ela promove a “raspagem” do interior da próstata por meio da inserção de um bisturi pela uretra para retirar e cauterizar pequenos fragmentos de tecido. Demanda dois ou três dias de internação hospitalar, causa sangramento e o paciente normalmente passa a conviver com a ejaculação retrógrada (o sêmen volta para a bexiga e será eliminado pela juntamente com a urina)

TÉCNICA MINIMAMENTE INVASIVA

Menos agressiva, a EAP é semelhante ao cateterismo. É feita com a introdução, na virilha do paciente, de um fino cateter que navegará pela circulação até chegar às artérias da próstata, onde serão despejadas microesferas com a intenção de diminuir a circulação na próstata, especificamente no local onde a HPB se desenvolve, e reduzir o calibre dos vasos e o suprimento de sangue. Com isso, a próstata diminui de tamanho e fica mais macia, o que alivia a pressão sobre a uretra e facilita o fluxo urinário. A anestesia é local, o paciente tem alta no mesmo dia e não apresenta alterações na ejaculação.

É importante ter em mente que cada técnica tem indicações específicas. Por isso, o diagnóstico e a eleição do método mais adequado devem ser feitos por um bom urologista. Cabe ao paciente confiar a sua saúde a um profissional atualizado que compartilhe com ele as opções existentes e a tomada de decisões.

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