A embolização da veia porta é um procedimento cada vez mais utilizado na preparação de pacientes que precisam passar por uma hepatectomia, cirurgia que remove parte do fígado para o tratamento de tumores.
Essa técnica minimamente invasiva é uma boa solução para aumentar a segurança do procedimento cirúrgico e melhorar os resultados pós-operatórios, especialmente em casos de câncer hepático.
Vamos entender melhor como é esse procedimento.
A embolização da veia porta
A embolização da veia porta é um procedimento realizado por um radiologista intervencionista com o objetivo de redirecionar o fluxo sanguíneo dentro do fígado. Utilizando imagens em tempo real, o médico insere um cateter por uma veia periférica (geralmente na virilha) até a veia porta, a responsável por levar sangue ao órgão, e bloqueia o ramo que irriga a parte onde está localizado o tumor.
Esse bloqueio induz uma resposta fisiológica natural: a parte saudável do fígado, que continuará funcionando após a cirurgia, começa a crescer para compensar a futura perda de volume. Esse processo, chamado de hipertrofia compensatória, ocorre em algumas semanas e pode ser monitorado por exames de imagem.
Por que esse procedimento é necessário antes da hepatectomia?
Em muitos casos de câncer hepático, como o hepatocarcinoma ou metástases hepáticas, a cirurgia de remoção do tumor é a melhor opção de tratamento. No entanto, ela só é viável se a parte do fígado que permanecer após a cirurgia for suficiente para manter as funções vitais do órgão.
É aí que a embolização da veia porta ganha importância: quando o volume do fígado restante previsto é pequeno demais, o procedimento é indicado para estimular o crescimento saudável antes da cirurgia. Ele reduz o risco de falência hepática e aumenta as chances de sucesso da operação.
Como é feita a embolização da veia porta?
A embolização é feita em ambiente hospitalar, com o paciente sedado e monitorado, mas sem necessidade de cirurgia aberta.
Após anestesia local, o radiologista intervencionista introduz um cateter pela veia femoral e, com o auxílio de exames de imagem, alcança a veia porta. Ali, são injetadas substâncias embolizantes que bloqueiam seletivamente o fluxo sanguíneo para a parte do fígado que será removida.
O procedimento dura entre 1 e 2 horas e o paciente geralmente recebe alta em até 24 horas. A partir daí, é feito o acompanhamento com exames de imagem para avaliar o crescimento da parte saudável do fígado, que costuma ocorrer em duas a quatro semanas.
Quais são os benefícios desse procedimento?
A embolização da veia porta é considerada um procedimento seguro, com baixa taxa de complicações e impacto mínimo para o paciente. Seus principais benefícios são:
- Aumento da segurança da hepatectomia;
- Maior chance de preservação da função hepática após a cirurgia;
- Redução da mortalidade pós-operatória;
- Melhor seleção dos candidatos à cirurgia curativa;
- Recuperação rápida e minimamente invasiva.
Esse tipo de abordagem representa um avanço importante no tratamento multidisciplinar do câncer hepático, com a radiologia intervencionista atuando em parceria com a oncologia e a cirurgia hepática.
A embolização da veia porta é uma estratégia essencial na preparação do fígado para a cirurgia em casos de tumores hepáticos. Ao estimular o crescimento da parte saudável do órgão antes da hepatectomia, o procedimento melhora os resultados clínicos e reduz os riscos da operação.
Na CRIEP, cada caso é avaliado de forma personalizada, para criar opções menos invasivas para o tratamento do câncer de fígado.











