Por que você deve ficar mais atento aos sinais enviados pelo organismo, como a vontade súbita e urgente de urinar
O paciente entra no consultório e diz que algo não vai bem na hora de urinar. O jato está mais fraco, interrompido, demora a sair. Tem 65 anos e muito medo de estar perdendo o controle da micção.
Há quanto tempo começaram os sintomas?, pergunta o médico.
“Faz mais ou menos um ano. Achava que algum esforço para urinar, na minha idade, era normal. Mas piorou”, diz o paciente.
A lentidão para procurar um especialista não surpreende. A maioria dos homens não vê com grande preocupação o aparecimento de alguma pequena mudança nos seus padrões urinários. Se dá para tolerar, melhor tocar a vida adiante.
Mas não é bem assim. Muitos sintomas que surgem incipientes acabam virando problemões se não receberem o devido cuidado.
É o que acontece, em especial, com as dificuldades urinárias. Se tiverem alguma ligação com o aumento no volume da próstata, poderão evoluir até causar uma obstrução urinária ou lesões renais.
Por que isso ocorre? Bem, a próstata é uma glândula do tamanho de uma noz situada na base da bexiga, perto do início da uretra, o canal que leva a urina da bexiga para o pênis. Sua principal função é produzir o líquido seminal, que carrega os espermatozoides.
Ainda que seja natural registrar um aumento no volume da glândula à medida que os anos passam, metade dos homens acima dos 50 anos enfrentará um crescimento acima do esperado.
Se esse inchaço não comprimir o canal de saída da urina, não trará consequências negativas. Mas se reduzir o calibre da uretra e prejudicar o esvaziamento da bexiga, o corpo vai reclamar. É nesse momento que entram em cena a dificuldade ou a vontade súbita e urgente de urinar, a redução da força do jato urinário, a diminuição dos intervalos entre as micções, a sensação de bexiga não esvaziada e a necessidade de levantar durante a noite para ir ao banheiro. Se o bloqueio for total, haverá muita dor e o indivíduo pode precisar de uma sonda de alívio.
A presença desses sintomas, isolados ou em conjunto, configura uma doença chamada hiperplasia benigna da próstata (HPB).
Nos casos em que a HPB é descoberta no início, é possível alcançar bons resultados com medicamentos orais. Se não melhorar, é recomendável intervir cirurgicamente para alargar a uretra e restaurar a passagem da urina. O principal exame para detectar o problema é o toque retal, o PSA e o ultrassom da próstata.





















