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QUANDO FAZER O PSA

Alguns especialistas defendem que esse exame de sangue seja realizado por todos para rastrear o câncer de próstata. Outros optam pela indicação seletiva. Quem tem razão?

Muitos homens não sabem se devem ou não fazer o exame de PSA e como seus resultados podem ajudar. Antes de decidir, é preciso entender a finalidade desse teste e os debates que cercam a sua indicação.

PSA é a sigla em inglês para Prostate-Specific Antigen. Em português, antígeno prostático específico. O nome se refere a uma proteína normalmente fabricada pela próstata (que é uma glândula) e que pode ser detectada no sangue.

A ciência observou que taxas maiores desses antígenos na corrente sanguínea podem indicar alterações na próstata que vão desde a hiperplasia prostática benigna (HPB) (link para artigo já publicado no blog) até inflamações, traumas e câncer.

Como é feito o exame de PSA

A dosagem do PSA é feita por meio da análise da sua concentração no sangue. O resultado é considerado normal quando está abaixo de 2,5 ng/ml (nanogramas por mililitro de sangue). Acima desses valores, indica a necessidade de um aprofundamento da investigação para avaliar fatores de risco e novos exames podem ser necessários.

O PSA é feito no laboratório de análises clínicas para detectar precocemente o câncer de próstata, assim como o exame de toque retal, realizado no consultório.

Nos últimos anos, tem havido muito debate entre os especialistas sobre a realização do PSA de maneira ampla para prevenir o câncer de próstata. Enquanto alguns acreditam que essa decisão deve ser tomada conforme os fatores de risco e benefícios do exame para cada indivíduo, outros afirmam que não se pode deixar de recomendar o PSA. Evidentemente, sua realização não exclui o exame de toque retal e o acompanhamento pelo urologista.

Um dos argumentos dos médicos que defendem a indicação mais seletiva é que a recomendação do exame PSA a toda população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) pode levar a muitas biópsias desnecessárias para averiguar a possibilidade de um tumor ou câncer. Isso implica em expor o paciente aos riscos de um procedimento com anestesia, chances de infecção (como qualquer cirurgia), risco de complicações relacionadas à biópsia prostática e custos para o sistema. Dados fornecidos pelo maior programa de rastreamento do câncer de próstata, empreendido nos Estados Unidos, mostram que cerca de 25% dos homens têm o PSA aumentado por causas benignas. Estudos também apontam que o rastreamento populacional reduz muito pouco a mortalidade por câncer de próstata, algo como uma vida em 48.

Em contrapartida, dados citados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) apontam a redução de 40% da mortalidade por câncer de próstata nos últimos 15 anos em países onde o diagnóstico precoce (por meio do PSA e do toque retal) é feito rotineiramente. Esse tipo de tumor é a segunda causa de morte por câncer em homens. Além disso, estudos igualmente sérios mostram que o tratamento de tumores descobertos em fase inicial produz menos sequelas.

A conversa está boa, mas…o que fazer? Quais são as orientações para a prevenção eficaz do câncer e outros males da próstata?

De acordo com a SBU, todo homem deve ser avaliado por um urologista a partir dos 50 anos. O médico fará o exame de toque retal, que é rápido e praticamente indolor, e pedirá o PSA.

Caso algum parente de primeiro grau (pai, irmão, tio) tenha câncer de próstata, a consulta deve ser feita a partir dos 45 anos, pois a chance de apresentar a doença é maior nesse grupo.

A American Cancer Society (Asco), a mais importante sociedade de estudo do câncer no mundo, também publicou algumas recomendações. Para os cancerologistas, se houver risco muito alto, com diversos familiares com câncer de próstata diagnosticado antes dos 45 anos, deve-se começar a prevenção, com exame PSA e toque retal, aos 40 anos.

Se o risco for ainda maior, com alterações de PSA e do exame de toque retal, ascendência negra, idade mais avançada e histórico de vários casos na família, a Asco sugere a indicação da biópsia.

Com os resultados na mão, o médico ajudará você a decidir como monitorar a saúde da sua próstata. Mas há um aspecto que merece uma última reflexão, um comportamento que antecede a decisão de fazer ou não o PSA e em que idade. Estudo feito pela SBU revelou que 51% dos homens não vão ao médico. Uma das consequências dessa atitude é que 20% dos tumores detectados pela sistema suplementar de saúde e 30% dos identificados na rede pública (SUS) estão em fase avançada, conforme a Instituto Nacional do Câncer (Inca). Nessa fase, o tratamento é mais agressivo e as sequelas, maiores. É um desafio romper esse padrão e potencializar as chances de ter uma vida longa e saudável.

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