DÚVIDAS SOBRE EMBOLIZAÇÃO DA PRÓSTATA

NÃO – Não atendemos consultas por convênio.

SIM – Entretanto, vai depender da regra de cada convênio

NÃO – Não há a necessidade de ficar internado. O procedimento demora, aproximadamente, duas horas e o paciente recebe alta no mesmo dia.

Após a alta hospitalar, o paciente deverá ficar sem fazer atividades físicas por 7 dias.
A maior preocupação é com o local da punção por onde será feita a introdução do cateter (virilha) para chegar até as artérias da próstata.

Sugerimos que o paciente fique por um período de 10-15 dias sem relação sexual para que a próstata e as vesículas seminais fiquem em repouso após o tratamento. Salientamos que, as primeiras ejaculações podem conter um pouco de sangue ou apresentar conteúdo amarronzado. O paciente não deve se preocupar, entretanto, deve manter contato com nossa equipe para que possamos melhor orientá-lo.

NÃO – Não há nenhum problema em viajar de avião ou carro após o procedimento. Entretanto, caso volte de carro, não poderá dirigir o automóvel para evitar sangramento pelo local onde foi introduzido o cateter.

NÃO – A idade avançada não é uma contra-indicação. Entretanto, pacientes com idade avançada têm maior tendência a ter lesões ateroscleróticas (estreitamento ou dilatações das artérias) que podem dificultar o procedimento. Ressalta-se a importância da avaliação clínica do paciente e alguns exames complementares (laboratoriais, de imagem e urológicos) serão necessários.

NÃO – De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina
(RESOLUÇÃO CFM Nº 2.111/2014), a EAP é considerada um procedimento não experimental, válido na prática médica.

SIM – Entretanto, o paciente deverá ter o cartão do SUS e passar em consulta com a equipe de Urologia (Setor de Próstata da Divisão de Urologia) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

O procedimento é feito com anestesia local, usando-se Lidocaína na região da virilha por onde será introduzido o cateter. Dependendo das condições clínicas e desejo do paciente, pode-se fazer uma leve sedação.

Normalmente, o paciente não sente dor durante o procedimento. Durante os três primeiros dias o paciente pode apresentar aumento da frequência urinária e queimação/ardor ao urinar. Isto está relacionado à isquemia causada nos nódulos de HPB após a EAP. Entretanto, todos estes sintomas são controlados com medicamentos administrados por via oral e monitorados pela equipe médica e de enfermagem responsável pelo tratamento.

A ejaculação continua normal após a EAP. Não há relatos de ejaculação retrógrada após a EAP. Como a próstata produz 10-30% do volume do fluido seminal, alguns pacientes (10-20% em nossa casuística com mais de 200 pacientes tratados até 2015) podem apresentar diminuição do volume ejaculado. Isto pode ocorrer como consequência da redução do volume da próstata após a EAP.

O objetivo da EAP é causar a isquemia (falta de sangue somente no local onde se encontram os nódulos de HPB) e consequente necrose coagulativa dos nódulos de HPB. Esta necrose é benigna e desejada pelo médico. Os estudos têm demonstrado que quanto maior a necrose, em teoria, melhores serão os resultados após a embolização. Isto ocorre principalmente na zona de transição (glândula central) da próstata. É esta necrose que causará o relaxamento do tecido glandular e redução do tamanho da próstata.

Caso a próstata não reduza de tamanho ou volte a crescer, alguns sintomas podem voltar. O paciente não deve ficar preocupado em somente analisar o tamanho da próstata. Há vários casos em que a próstata não reduz de tamanho e o paciente melhora dos sintomas. Entretanto, caso os sintomas retornem, nova embolização poderá ser feita. Caso o paciente não queira fazer outra EAP, qualquer outro tratamento (medicamentoso ou cirúrgico) poderá ser realizado.

NÃO – A EAP não interfere de maneira negativa caso haja a necessidade do paciente ser submetido a algum tratamento cirúrgico tradicional. Muito pelo contrário. Pelo fato da embolização causar a diminuição da vascularização da próstata, a cirurgia poderá ser feita com menos riscos de sangramento. Existem estudos sendo realizados demonstrando que a EAP pode auxiliar a cirurgia.

Até o momento, a indicação somente foi aceita pelo Conselho Federal de medicina (CFM) para o tratamento dos sintomas do trato urinário inferior decorrentes do crescimento prostático pela hiperplasia benigna da próstata (HPB).

SIM – A avaliação pelo urologista antes e após a EAP é obrigatória. O urologista é o especialista que sempre irá lhe acompanhar com relação às enfermidades urogenitais. De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Medicina, não se deve realizar a EAP sem prévia avaliação e indicação pelo urologista.

NÃO – O paciente continuará tomando somente por 10-15 dias após a EAP. Após este período, os sintomas começam a melhorar e o paciente não precisa tomar mais a medicação para os sintomas da HPB.

Os nossos resultados são muito satisfatórios e gratificantes. Temos observado, em mais de 200 pacientes tratados, taxa de sucesso de 90-95% com relação à melhora dos sintomas urinários e melhora da qualidade de vida dos pacientes. Nos casos mais graves, em pacientes que estavam em uso de sonda vesical, a taxa de sucesso é de 90% na retirada da sonda. Entretanto, temos observado que, após 2-3 anos, 15-20% dos pacientes podem apresentar recidiva dos sintomas. Caso haja necessidade, estes pacientes podem ser retratados pela embolização. Nestes casos, a investigação detalhada deve ser feita para verificar a real causa do retorno dos sintomas. Temos observado que os pacientes com problemas na bexiga foram os que apresentaram maior índice de falhas.

Caso haja alguma intercorrência imediata, o paciente será atendido na mesma instituição onde o procedimento foi realizado. Caso o paciente tenha algum seguro de saúde e queira ser atendido em outro local, nossa equipe poderá acompanhar ou auxiliar o profissional que irá lhe assistir. Temos um telefone de contato permanente com nossos pacientes para lhe assegurar assistência e tranquilidade.

De uma maneira geral, a melhora dos sintomas normalmente será sentida após 7-10 dias da embolização. Existem pacientes que apresentam melhora logo na primeira semana, entretanto, isto é muito variável. Os estudos realizados demonstram significativa redução do tamanho da próstata (aproximadamente 25%) logo no primeiro mês após a embolização.

Caso o paciente tenha piorado muito dos sintomas urinários e esteja sondado, a primeira tentativa para a retirada da sonda será feita uma semana após a EAP. Os resultados mostram 90% de sucesso na retirada da sonda em torno de 10-12 dias após a embolização.

Esta técnica da embolização já vem sendo realizada há décadas demonstrando que as esferas permanecem nas microcirculação terminal dos órgãos sólidos (como a próstata, fígado, etc.). Realizamos um trabalho no HCFMUSP, publicação de 2013 em anexo, demonstrando que as esferas permanecem na próstata causando a isquemia tecidual. Entretanto, é de extrema importância que o profissional tenha experiência neste tipo de intervenção. Caso contrário, outros órgãos como bexiga, reto e vesícula seminais podem ser afetados. Até o momento, de acordo com as publicações científicas, somente um caso realizado pelo grupo de Portugal apresentou complicação grave com necessidade de ressecção parcial da bexiga (+/- 2,5 cm). As demais complicações relatadas até o momento são de menor significância e resolvidas com medicamentos. Isto demonstra a segurança do tratamento pela embolização.

Trata-se de material inofensivo ao organismo que não causa este tipo de resposta com o intuito de “destruí-lo”. As microesferas não causam problemas ao organismo.

Caso necessário, o paciente pode parar de tomar o medicamento imediatamente após a EAP. Entretanto, para maior conforto orientamos que o paciente pare de tomar o medicamento 15 dias após a embolização.

Trata-se de material inofensivo ao organismo que não causa este tipo de resposta com o intuito de “destruí-lo”. As microesferas não causam problemas ao organismo.

A avaliação pelo urologista é imprescindível. O mesmo fará o toque retal e exame clínico geral. De acordo com o Parecer/Resolução do Conselho Federal de Medicina, os exames complementares a serem solicitados são: exame de sangue e urina de rotina pré-operatória, estudo urodinâmico (avaliação funcional da bexiga), ultrassonografia e ressonância magnética da próstata).

Os exames pré-operatórios podem ser feitos em sua própria cidade. Entretanto, os originais devem ser avaliados pela equipe médica antes da EAP. É necessário que as imagens da ressonância magnética sejam gravadas em um CD e entregues à equipe antes do procedimento.

O Prof. Dr. Carnevale é o pioneiro desta técnica. No ano de 2007 ele participou de um estudo experimental de Embolização Prostática em cachorros na Universidade de Harvard nos Estados Unidos. O estudo demonstrou a redução em 40% do volume prostático um mês após a embolização. Este trabalho serviu de base e estímulo para que, em junho de 2008, as equipes de Urologia e Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo realizassem, pela primeira vez no mundo, o tratamento de dois pacientes usando a técnica da EAP com intenção de tratar os sintomas do trato urinário inferior. A partir de então, a técnica ganhou repercussão nacional e internacional e inúmero profissionais vieram aprender com a equipe brasileira. Além disto, o Prof. Carnevale tem viajado para diversos continentes divulgando e ensinando a técnica da Embolização das Artérias da Próstata como alternativa de tratamento para os pacientes com sintomas urinários em decorrência do crescimento da próstata pela HPB.

Em mais de 200 pacientes tratados desde 2008, temos observado taxa de recidiva dos sintomas em, aproximadamente, 15% após um período médio de 2 anos. Esta recidiva dos sintomas tem sido relacionada a problemas na bexiga dos pacientes (hipocontratilidade da bexiga) em decorrência de muitos anos de obstrução urinária e em pacientes com aterosclerose muito avançada.
Salientamos que, caso isto (recidiva dos sintomas) ocorra, o procedimento de embolização poderá ser repetido. Entretanto, minuciosa avaliação deverá ser feita por nossos especialistas. Caso necessário, outros procedimentos cirúrgicos tradicionais poderão ser realizados pelo urologista.
Adequada avaliação por seu urologista e por nossa equipe com médicos urologistas estudiosos neste tema é essencial.
Caso necessário, agende uma consulta.